A Consciência Planetária Atua de Dentro Para Fora
 
 
Joaquim Duarte Soares
 
 
 
 
 
A Teosofia original ensina que por detrás de uma aparente ação mecânica das forças físicas no planeta estão causas e forças espirituais.  Há um importante impacto da soma  dos pensamentos e desejos humanos sobre a fisiologia planetária.
 
Até o momento, em relação à crise climática planetária, a maioria dos seres humanos tem oscilado entre a negação dos fatos e a resignação fatalista.
 
De um lado, a ciência começa a pressentir mas ainda não se conscientizou da relação interdependente de todas as partes da natureza. Falta-lhe a visão do conjunto, a percepção dos níveis suprafísicos, e do caráter cíclico dos processos evolutivos. Esta concepção puramente materialista possibilita que o modo de vida prossiga como tem sido até agora, como se nada estivesse acontecendo.
 
De outro lado, a religião não sabe o que dizer de tudo o que tem acontecido e insiste em manter a letargia mental da parte da população que está sob sua influência. Na dúvida, o clero sempre vai dizendo que é preciso aplacar a ira do Deus imaginário que ele criou: e, em função disso, mais rezas, mais velas, mais incensos, mais templos, e mais ofertas para os cofres das igrejas.
 
A Teosofia demonstra que os desastres aparentemente indiscriminados da natureza têm a sua raiz mais profunda na atividade mental, emocional e física de cada um dos seres humanos, e que os períodos de decadência e renovação civilizatória são acompanhados da regeneração da fisionomia natural e da fisiologia planetária. Tudo se processa de acordo com a Boa Lei do Carma.
 
Podemos ler em “A Doutrina Secreta”:
 
“[É] absolutamente falso, e apenas mais uma demonstração da grande presunção da nossa época, afirmar (como fazem os homens da ciência) que todas as grandes transformações geológicas e terríveis convulsões tenham sido produzidas por forças  físicas comuns e conhecidas. Porque essas forças não foram mais do que os instrumentos e os meios para o cumprimento de certos propósitos, atuando periodicamente, e de modo aparentemente mecânico, através de um impulso interno incorporado mas que transcende a sua natureza material. Há um propósito em cada ato importante da Natureza,  cujos atos são cíclicos e periódicos. (…) Há uma predestinação na vida geológica do nosso planeta, assim como na história, passada e futura, das raças e das nações. Isto está diretamente relacionado com o que chamamos de Carma e os panteístas ocidentais chamam ‘Nêmesis’ e ʻCiclosʼ. A lei da evolução nos está levando agora ao longo do arco ascendente de nosso ciclo, quando os efeitos se refundirão uma vez mais, e se tornarão novamente as causas (agora neutralizadas), e todas as coisas que hajam sofrido a influência dos efeitos terão recuperado sua harmonia original.” [1]
 
As tremendas forças acumuladas pela atividade mental e astral da humanidade acabam por alterar o equilíbrio vital do planeta.
 
Os pensamentos e emoções negativas emanadas pelos seres humanos desencadeiam autênticas convulsões na face de Gaia. Pensamentos de paz e sentimentos de compaixão se somam às forças regeneradoras da Terra.
 
NOTA:
 
[1] Tradução direta da edição original da obra: “The Secret Doctrine”, H. P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, Vol. I, 2004, pp. 640-641.
 
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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
 
 
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.
 
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