Pomba Mundo
 
O Gelo e a Neve Estão
Minguando nas Cordilheiras dos Himalaias
 
 
Brook Larmer
 
 
O Degelo no Tibete
 
 
 
Nota Editorial:
 
A região dos Himalaias, rica em túneis e cavernas naturais, tem especial interesse para os teosofistas. Em suas montanhas e vales, em ashrams inacessíveis nos quais se renuncia a todo conforto ou egoísmo, vivem grandes sábios imortais.
 
Retirados do mundo, auxiliados por alguns dos seus discípulos, eles zelam há muito, em silêncio e anonimamente, pela paz e pelo progresso da humanidade. Seu trabalho é de longo prazo. Sua missão atravessa as idades, e é vitoriosa.
 
Como estará, agora, a vida externa nesta região?
 
A pergunta é respondida pelo texto a seguir. Embora os Himalaias sejam um dos símbolos mais fortes da espiritualidade oriental, eles fazem parte do planeta. Não estão imunes às mudanças físicas e geológicas. O artigo de Brook Larmer mostra a redução acelerada da neve dos Himalaias. Larmer menciona a cordilheira de Karakoram e a região de Ladakh, ambas citadas nas “Cartas dos Mahatmas”.
 
O texto é reproduzido da revista “National Geographic Portugal”, edição de abril de 2010, pp. 30-41. Título original: “O Degelo”. A ortografia e, em alguns casos, o vocabulário, foram adaptados ao português falado no Brasil. 
 
(Carlos Cardoso Aveline)  
 
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O Degelo no Tibete
 
Brook Larmer
 
 
Os deuses estão certamente furiosos.
 
É a única explicação que faz sentido para o agricultor tibetano Jia Son, ao avaliar a catástrofe que se desenrola acima da sua aldeia, na província de Yunnan. “Perturbamos a ordem das coisas”, diz este budista de 52 anos. “E os deuses estão a castigar-nos.”
 
Numa tarde quente de Verão, Jia Son caminhou mais de dois mil quilômetros pelo desfiladeiro escavado pelo glaciar Mingyong através do sagrado monte Kawagebo, que se ergue, bem lá em cima, do cume dos seus 6.740 metros de altitude. Não há vestígios de gelo, só um rio turbulento com o seu caudal carregado de sedimentos. Ao longo de mais de um século, desde o tempo em que lambia os arredores da aldeia de Mingyong, o glaciar recuou como uma serpente moribunda recolhendo ao covil. Ao longo da última década, o ritmo acelerou, e o glaciar foi perdendo anualmente uma área equivalente a um campo de futebol.
 
“Há dez anos, tudo isto era gelo”, diz Jia Son, enquanto sobe entre as rochas acumuladas no sopé da montanha e do mato. Aponta para um trilho de iaques aberto na encosta, cerca de sessenta metros acima do fundo do vale. “Por vezes, o glaciar cobria o trilho e, por isso, éramos obrigados a atravessar com os animais pelo meio do gelo para chegar aos prados mais altos.”
 
Depois de dobrarmos uma curva do rio, o nariz do glaciar aparece diante de nós: mortalmente colorido de negro, apresenta-se permeado de rocha pulverizada e lama. Outrora pura, a água proveniente deste gelo chegou a ser utilizada para rituais como símbolo do próprio Buda. Agora, encontra-se tão carregada de sedimentos que os aldeãos não podem bebê-la. Ao longo de mais de um quilômetro, a superfície do glaciar mostra-se áspera e esburacada como a pele de um leproso. Observam-se indícios de gelo azul-esverdeado no interior das fissuras. “A criatura está doente e a morrer”, diz Jia Son. “Se o glaciar sagrado não sobreviver, como conseguiremos nós fazê-lo?”
 
Eis uma pergunta que se ouve em todo o planeta, mas em nenhum lugar com tanta premência como no vasto território da Ásia cuja água provém do “teto do mundo”. Este colosso geológico, o maior e mais elevado do planeta, abrange uma superfície mais extensa do que a Europa Ocidental, com uma altitude média superior a três quilômetros. Contendo perto de 37 mil glaciares só do lado chinês, o planalto do Tibete e o arco montanhoso que o envolve contêm o maior volume de gelo existente fora das regiões polares. Aqui têm origem os maiores e mais lendários rios da Ásia, entre eles o Yangtzé, o Amarelo, o Mekong e o Ganges, rios que, ao longo da história, foram o berço de civilizações, inspiraram religiões e garantiram o sustento de ecossistemas. Atualmente, eles asseguram a sobrevivência de algumas das zonas mais povoadas da Ásia, desde as planícies áridas do Paquistão às metrópoles do Norte de China, a quase cinco mil quilômetros de distância. São cerca de bilhões de pessoas em mais de uma dezena de países (cerca de um terço da população mundial) que dependem dos rios alimentados pela neve e pelo gelo da região.
 
Há uma crise atualmente no “teto do mundo”, decorrente de um curioso paradoxo: apesar da sua força e imutabilidade aparentes, esta imensidão geológica é mais vulnerável às alterações climáticas do que quase todas as restantes regiões do mundo. Na verdade, o planalto do Tibete está a aquecer a uma velocidade duas vezes superior à média global de 0,74ºC registrada nos últimos cem anos. Estes ritmos de aquecimento sem precedentes são impiedosos para os glaciares, cuja rara confluência de elevadas altitudes e latitudes baixas os torna sensíveis a alterações climáticas.
 
Durante milhares de anos, os glaciares formaram aquilo que o glaciologista Lonie Thompson chama “o depósito bancário de água doce da Ásia”; um armazém, onde a acumulação de neve e gelo (depósitos) sempre compensou o degelo anual (remoção). O gelo dos glaciares desempenha um papel decisivo antes e depois da estação das chuvas, ao fornecer uma elevada percentagem do caudal de cada rio, desde o Yangtzé (responsável pela irrigação de mais de metade dos arrozais da China) ao Ganges e ao Indo (fundamentais para o coração agrícola da Índia e do Paquistão).
 
Nos últimos 50 anos, contudo, esse equilíbrio perdeu-se. Dos 680 glaciares monitorizados pelos cientistas chineses no planalto do Tibete, 95% perdem mais gelo do que ganham. As perdas mais pesadas registram-se nas margens meridional e oriental da região. “Estes glaciares não se limitam a recuar”, diz Lonnie Thompson. “Estão a perder massa.” Nesta parte do planalto, o revestimento de gelo regrediu mais de 6% desde a década de 1970, e as perdas são ainda maiores no Tadjiquistão e no Norte da Índia, com 35 e 20% de perda nas últimas cinco décadas.
 
Embora os cientistas discutam entre si o ritmo e as causas do recuo dos glaciares, eles não negam, na sua maioria, a sua existência. E acham que o pior talvez esteja para vir. Quanto maior for a extensão da superfície escura exposta pela fusão, mais luz solar será absorvida e não refletida levando a que as temperaturas subam mais depressa. Para alguns climatologistas, este ciclo de aquecimento com retrocesso dos glaciares poderá intensificar a monção asiática, desencadeando tempestades mais violentas e provocando cheias em países como o Bangladesh e Mianmar. Se as tendências atuais se mantiverem, os cientistas chineses creem que 40% dos glaciares do planalto poderão desaparecer até 2050. “A regressão dos glaciares é inevitável”, diz o glaciologista Yao Tandong, do Instituto Chinês de Investigação do Planalto do Tibete. “E conduzirá a uma catástrofe ecológica”.
 
As repercussões potenciais ultrapassam em muito o âmbito dos glaciares. No planalto do Tibete, as pessoas já são afetadas por um clima mais quente. As pradarias e as terras úmidas estão a degradar-se e o solo permanentemente gelado que as alimenta está a recuar para altitudes mais elevadas. Milhares de lagos já secaram. Na atualidade, um sexto do planalto já se transformou num deserto e os pastores que outrora aqui prosperavam estão a ficar sem alternativas.
 
Em contrapartida, ao longo da margem meridional do planalto, muitas comunidades debatem-se com excesso de água. Em aldeias alpinas como Mingyong, a fusão dos glaciares engrossou o caudal dos rios, produzindo efeitos secundários bem-vindos: crescimento da superfície arável e temporadas de cultivo mais prolongadas. No entanto, esses benefícios implicam frequentemente custos mais profundos. Em Mingyong, o engrossamento das águas do degelo arrastou a camada superior do solo; noutras paragens, registram-se cheias e deslizamento de terras com maior frequência. No alto das montanhas, têm-se formado milhares de lagos glaciares, muitos dos quais potencialmente instáveis. Entre os mais perigosos, conta-se Imja Tsho, a cinco mil metros de altitude, junto ao trilho para a montanha nepalesa do pico Island. Este lago não existia há 50 anos: hoje em dia, alimentado pela água do degelo, tem 1.600 metros de comprimento e 90 de profundidade. Se rebentasse a parede do glaciar que o retém, a água submergiria as aldeias sherpas do vale abaixo.
 
Esta situação representa, em miniatura, a trajetória da crise global. Mesmo que os glaciares em fusão possam fornecer água em abundância a curto prazo, eles prenunciam um resultado final assustador: a inexorável seca dos maiores rios da Ásia. Ninguém consegue prever o momento em que o recuo dos glaciares se traduzirá numa diminuição abrupta das águas de ocorrência. Será daqui a dez, trinta ou cinquenta anos? Dependerá das condições locais, mas os efeitos secundários poderão ser devastadores. Além da escassez aguda de água e eletricidade, os peritos preveem uma quebra acentuada da produção de gêneros alimentícios, migração generalizada devido às alterações ecológicas e, até, conflitos entre potências asiáticas.
 
A tenda dos nômades é um ponto minúsculo numa tela de cor verde e castanha. Não se avista outro indício de existência humana nesta pradaria a 4.270 metros de altitude, que parece prolongar-se até ao fim do mundo. Quando a viatura se aproxima da tenda, dois jovens emergem do interior, com os longos cabelos negros soprados pelo vento. Ba O e o irmão Tsering descendem de uma linhagem nunca quebrada de nômades tibetanos que conduzem os seus rebanhos até às pastagens de Verão situadas da nascente do Yangtzé e do rio Amarelo há pelo menos um milhar de anos.
 
Dentro da tenda, a mulher de Ba O atira rodelas de esterco de iaque para a lareira, enquanto o filho de quatro anos brinca com um carretel de lã de carneiro. A matriarca da família bate leite de iaque para o transformar em manteiga, balouçando-se para trás e para a frente num ritmo hipnótico. Atrás dela, encontram-se duas arcas tibetanas gastas, encimadas por um pequeno santuário budista: um moinho de orações vermelho, um punhado de textos tibetanos puídos e várias velas de óleo de iaque, cujas chamas nunca são extintas. “Sempre fizemos assim as coisas”, explica Ba O.
 
Contudo, talvez seja demasiado tarde. O pasto está a morrer, à medida que a subida das temperaturas e o excesso de  pastoreio transformam a pradaria em deserto. Os poços vão secando e, agora, em vez de percorrerem uma distância curta para encontrar pasto de verão para os seus rebanhos, Ba O e a família têm de viajar cerca de cinquenta quilômetros através do planalto. Mesmo aí, a erva é escassa. O rebanho da família diminuiu de 500 para 120 animais. O passo seguinte parece inevitável: vender os animais que restam e mudar-se para um campo de reinstalação do governo.
 
Por toda a Ásia, a reação às ameaças induzidas pelo clima tem sido lenta, como se os governos preferissem aguardar que os países industrializados, responsáveis pela emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera, tratassem do assunto. Mas há exceções: em Ladakh, uma região ressequida no Norte da Índia e do Paquistão, que depende da fusão do gelo e da neve, um engenheiro civil reformado de nome Chewang Norphel construiu “glaciares artificiais”, simples aterros de pedra que recolhem e congelam a água escorrida no outono para ser usada na época de cultivo do início da Primavera.
 
No entanto, nada se compara à campanha em curso na China. No vasto deserto da região de Xinjiang, a China tenciona construir 59 grandes barragens para recolhimento e retenção das águas que escorrem dos glaciares. Por todo o Tibete, foram montadas peças de artilharia destinadas a inseminar as nuvens com iodeto de prata indutor de chuva. Em Qinghai, o governo está isolando pradarias degradadas com vedações para as restaurar. Em zonas onde o deserto já avança, cercas de arame foram estendidas para salvaguardar os derradeiros vestígios de vida vegetal.
 
Ao longo da estrada, perto da cidade de Madoi, existem duas fileiras de habitações recém-construídas. Trata-se de uma aldeia de realojamento para nômades tibetanos, criada para aliviar a pressão exercida sobre as pradarias em redor das nascentes dos três maiores rios da China, onde quase metade dos 530 mil nômades da província de Qinghai residem. Dezenas de milhares de nômades foram obrigados a abdicar do seu meio de vida e muitos mais, incluindo talvez Ba O, poderão seguir-se.
 
Ainda não é meio-dia em Deli, 290 quilômetros a sul dos glaciares dos Himalaias.
 
Nos estreitos corredores do Campo Nehru, um bairro de lata nesta cidade de 16 milhões de habitantes, a fornalha quente que caracteriza o verão na região setentrional da Índia já fez disparar temperaturas acima de 40ºC.
 
Chaya, de 25 anos, passou sete horas no tumultuoso abastecimento de água que ainda marca a vida nesta metrópole e prenuncia o que se passará quando diminuir a água e o gelo no Tibete.
 
O dia de Chaya começou antes da alvorada. Ela e os seus cinco filhos espalharam-se pelo bairro ainda de noite, munidos de recipientes de plástico de todos os tamanhos. Ao raiar do dia, correu o boato de que havia uma torneira com água corrente, fazendo-a tropeçar em pânico numa corrida louca pelos estreitos corredores do bairro. Agora, de recipientes, ainda vazios e o Sol a martelar no zênite, ela regressou a casa. Quando lhe perguntamos se já comeu alguma coisa, ela ri-se: “Ainda nem bebemos chá.”
 
Em Deli, a necessidade de água já ultrapassa a oferta de um bilhão de litros por dia. A escassez é agravada por uma distribuição desigual e por uma infraestrutura com vazamentos, que perde um volume estimado em 40 por cento. Mais de dois terços da água da cidade são extraídos do Yamuna e do Ganges, rios alimentados pelo gelo dos Himalaias. Se esse gelo desaparecer, o futuro será pior. “É uma situação insustentável”, diz Diwan Singh, uma ativista ambiental de Deli. “Daqui a cinco ou dez anos, haverá um êxodo provocado pela falta de água.”
 
A tensão já ferve. Nas vielas entupidas que rodeiam uma das últimas torneiras do Campo Nehru ainda em funcionamento, onde a água corre uma hora por dia, um homem esmurra uma mulher que tentou passar à frente na fila. “Todas as manhãs lutamos para obter água”, diz o astrólogo local Kamal Bhate, observando a escaramuça. Esta dissipa-se no meio de gritos e de dedos apontados em acusação, mas por vezes as rixas podem tornar-se mortais. Num bairro de lata das proximidades, um jovem adolescente foi recentemente espancado até à morte por tentar passar à frente na fila.
 
À medida que os rios forem definhando, os conflitos poderão generalizar-se. A Índia, a China e o Paquistão sofrem pressões no sentido de aumentarem a produção de gêneros alimentares, de forma a sustentarem as suas enormes populações. Porém, as alterações climáticas e a diminuição dos recursos hídricos poderão reduzir as colheitas de cereais no Sul da Ásia em 5%, nas próximas três décadas. “Vamos assistir a uma intensificação das tensões relativamente à partilha de recursos hídricos, incluindo conflitos políticos entre agricultores, entre agricultores e populações urbanas e entre a procura ecológica e humana de água”, diz o especialista de recursos hídricos Peter Gleick. “E eu temo que um número crescente destas tensões originará violência.”
 
Na Ásia Central, dissemina-se uma sensação de alarme quanto à possibilidade de os países pobres, mas ricos em glaciares (Tadjiquistão e Quirguízia), restringirem um dia o fluxo de água que deles sai rumo aos seus vizinhos ressequidos, mas ricos em petróleo (Usbequistão, Cazaquistão e Turquemenistão). No futuro, a paz entre o Paquistão e a Índia poderá girar tanto em torno dos recursos hídricos como das armas nucleares, uma vez que os dois países precisam partilhar o rio Indo, dependente dos glaciares.
 
O maior ponto de interrogação coloca-se quanto à China, que controla as nascentes dos maiores rios da região. O represamento do rio Mekong suscitou a ira da Indochina, a jusante. Se Pequim concretizar os seus planos de desviar o Brahmaputra, poderá provocar a Índia, precisamente no mesmo território onde os dois estados se envolveram numa guerra em 1962.
 
Para os moradores do Campo Nehru, as preocupações geopolíticas não são relevantes. De tarde, uma torneira é subitamente aberta e Chaya, triunfante, regressa a casa com um recipiente com 40 litros. É suja e amarga e ela não tem meios de a ferver. Mas agora já pode dar aos filhos a primeira refeição do dia: pão e algumas colheres de lentilhas guisadas. “Eles deviam concentrar-se no estudo, mas nós estamos sempre a mandá-los à procura de água”, explica Chaya.
 
O fatalismo é a reação natural a forças cujo controle parece ultrapassar-nos. Mas Jia Son, o agricultor tibetano que nos mostrou o recuo do glaciar de Mingyong, acha que todas as ações importam. Fazendo uma pausa na caminhada, ele se confessa. A fusão do gelo, diz, talvez seja culpa sua.
 
Quando reparou na subida das temperaturas, há cerca de uma década, Jia Son pensou que era uma dádiva dos deuses. Em breve, o inverno perdeu parte do seu rigor. O glaciar começou a libertar a água estival mais cedo e, pela primeira vez, os aldeãos se beneficiaram de duas colheitas num ano.
 
Chegaram então os turistas chineses, uma horda urbana disposta a pagar para os levarem a ver o glaciar. Os turistas Han nem sempre respeitam as tradições budistas, com os seus gritos prazenteiros para causar desmoronamentos de gelo. Ainda assim, transformam a aldeia numa das mais ricas da região. “Agora, a vida é mais folgada”, diz Jia Son. “Mas a nossa ganância terá provocado a ira de Kawagebo.”
 
Ele refere-se à temperamental divindade que se ergue sobre a aldeia. O monte Kawagebo é uma das mais sagradas montanhas do budismo tibetano e nunca foi conquistado. Em 1991, uma expedição sino-japonesa tentou escalar o pico e os seus 17 membros foram mortos por uma avalancha perto do topo do glaciar. Jian Son está convencido de que as mortes não aconteceram por acaso e foram um ato de retaliação divina. E a regressão do Mingyong será também um sinal de descontentamento de Kawagebo?
 
Jia Son não quer correr riscos. Todos os anos realiza uma peregrinação de 15 dias em torno do Kawagebo para dar provas da sua devoção. Já não caça animais nem corta árvores. No âmbito de um programa governamental, prescindiu de um pedaço da sua terra para reflorestamento. Jia Son faz ponto de honra em explicar aos visitantes o significado espiritual do glaciar. “Nada podemos melhorar se não nos livrarmos do nosso materialismo”, observa.
 
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Sobre a ecologia da mente e a teosofia do ambiente natural, veja o livro  “A Vida Secreta da Natureza”, de Carlos Cardoso Aveline.
 
A_Vida_secreta_da_Natureza_1024x1024 (1)
 
A obra foi publicada pela Editora Bodigaya, de Porto Alegre, tem 157 páginas divididas por 18 capítulos, e está na terceira edição, de 2007.
 
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