O Melhor do País Ainda Está por Ser Revelado
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
 
O Descobrimento do Brasil Prossegue no Século 21
 
 
 
Cada país tem uma lenda ou potencialidade superior. O folclore de um povo revela de um modo ou de outro o que há de melhor em seu futuro. Nesta dimensão semi-mitológica o povo brasileiro é altruísta, solidário, eclético e voltado para a utopia da fraternidade humana.
 
Desde abril de 1500 o Brasil tem sido um processo vivo de síntese criadora entre culturas diferentes. O primeiro grande sonho de um país brasileiro, socialmente justo e politicamente independente, tem como ponto alto no final do século 18 a atitude corajosa do alferes Tiradentes diante da perseguição e da morte. O gesto visionário de Tiradentes – comemorado a cada 21de abril – ajuda a estabelecer as Minas Gerais como um coração espiritual do país.  
 
O Auto-Descobrimento É Iniciado no Século 18
 
A história, é claro, não começou em 1500. Evidências e notícias numerosas indicam que o território do Brasil era conhecido há séculos por diferentes países europeus, e até mesmo pelos chineses.  Mas agora Portugal tinha a intenção de oficializar a “descoberta”, efetivando a tomada ostensiva e permanente do território. 
 
Em 1500, a Europa descobre oficialmente o Brasil. No final do século 18, com Tiradentes, o Brasil começa a descobrir a si mesmo.
 
A esquadra de Pedro Álvares Cabral se aproxima da costa no dia 22 de abril de 1500 e lança âncoras no final da tarde, na região sul da Bahia.  O país, portanto, é baiano. O Brasil nasce na Bahia, com o sol no signo de Touro. A sua vida madura vai começar mais tarde, nas Minas Gerais, em torno do ciclo do ouro.  
 
No dia 23 de abril de 1500, pela manhã, os europeus efetivamente colocam o pé na Terra com a intenção de tomar posse permanente dela, e começam a interagir de modo fraterno com os habitantes locais. O signo de Touro exige a concretização e materialização dos processos. O dia 23, o dia do pé na terra e da troca de presentes, pode ser ocultamente mais significativo que 22.
 
Cabe examinar a dimensão religiosa deste encontro histórico. A espiritualidade brasileira surge da tradição inaugurada por Francisco de Assis. As primeiras missas no Brasil foram celebradas pelo frei franciscano Henrique Soares.  Com uma forte componente panteísta e portanto teosófica, os franciscanos são uma vertente benigna do cristianismo. Assim como os teosofistas, os discípulos de Francisco veem o sol, a água, a lua, o fogo, os peixes e os pássaros como seus irmãos. Há vida em todo o universo, segundo também ensina Helena Blavatsky. No  plano oculto, aconteceu algo de universalmente fraterno e intercultural, de interdisciplinar e teosófico,  nas primeiras missas ditas no futuro Brasil. Os franciscanos foram os pioneiros. Eles inauguraram o padrão de interação.  Só mais tarde veio a tropa de choque do Vaticano, os jesuítas, uma maioria de padres bem intencionados, colocados a serviço do projeto de dominação teocrática mundial de Roma. 
 
Novos Descobrimentos nos Séculos 21 e 22
 
Conhecido como um “país do futuro”, o Brasil faz parte das Américas que segundo a teosofia clássica preparam a humanidade sábia de tempos que virão. Helena Blavatsky anunciou que no século 21 seria possível abrir caminho direto para esta potencialidade mais elevada. Há, portanto, um Brasil que ainda está por ser localizado. A “terra sem males” habita o futuro. As antigas entradas e bandeiras, que expandiram a colônia na direção Oeste, cumpriram sua missão; as novas “entradas e bandeiras” devem descobrir o futuro. O “achamento” do país não terminou em 1500. O ciclo dos grandes descobrimentos ainda está por chegar ao seu ponto mais alto.
 
Assim como um indivíduo deve trilhar o caminho do autoconhecimento, cada nação pode avançar para o que há de melhor em seu próprio futuro, aprendendo a trilhar o caminho do autodescobrimento permanente. 
 
A arte de descobrir o Brasil é a ciência pela qual aprendemos a construí-lo com base na sua vocação mais nobre.  É correto visualizar o futuro saudável e universalista do país sonhado por Tiradentes, José Bonifácio e Chico Mendes. Uma síntese harmonizadora entre céu e terra pode chegar antes do final do século 21, segundo escreveu Helena P. Blavatsky.  Pindorama, o país tupiniquim, ainda contém mistérios por revelar. A figura de Pedro Álvares, o descobridor oficial, simboliza uma função a ser exercida passo a passo e gradualmente: o Brasil irá descobrir a si mesmo de modo mais pleno nos séculos que virão.  
 
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Para conhecer a teosofia original desde o ângulo da vivência direta, leia o livro “Três Caminhos Para a Paz Interior”, de Carlos Cardoso Aveline.
 
Três_Caminhos_Auxiliar
 
Com 19 capítulos e 191 páginas, a obra foi publicada em 2002 pela Editora Teosófica de Brasília.   
 
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